O MONSTRO DO QUINTAL

Nosso quintal é um jardim quase banal, sem grandes espécimes, sem flores e folhagens da moda, sem canteiros bem organizados... eles são tipo “jardim da casa da vovó” com tudo misturado.  Possui plantas de cujas flores gostamos (nós ou os beija-flores), árvores nativas, que não cortamos ao construir a casa e, das quais nos orgulhamos muito.

Nossos olhos  amorosos e, nem sempre muito atentos, descobrem, por vezes, os segredos e mistérios que esconde (ou só camufla). O fato é que, um universo paralelo, quase invisível aos nossos olhos, existe aqui e ele, as vezes, se mostra.

Ao podar um pé de araçá encontrei esta lagarta seca, perfeitamente camuflada em seu mimetismo tronco e que, ao mesmo tempo, ostenta, como se fosse um carro alegórico de um desfile de escola de samba, ovinhos grudados no corpo.

Encantada fico a supor e tecer explicações: outro bichinho a fez de incubadora ou ela mesma fez isso? Mas as lagartas não são lagartas o tempo todo de vida, são uma etapa... O que teria acontecido neste caso?

Retirando as cores e o recheio parece ser o mesmo bichinho... Será?

Penso em pesquisar, mas prefiro, num misto de masoquismo e infantilidade manter a curiosidade acessa em especulações várias. Se descobrir, a verdade, perderá a graça... Não poderei ficar imaginando hipóteses...